Cada artista tem seu estilo, sua técnica, sua concepção de arte e sua relação com ela. De certa forma, essas são características muito pessoais e intransmissíveis, o que torna o artista e sua obra excepcionais. Guignard, por sua vez, é conhecido pelos cartões, paisagens e retratos, tal como pelas relações com todos à sua volta.

Seu carisma e afeição permitiu que ele pintasse retratos de pessoas conhecidas e desconhecidas, as quais ele presenteava. Seus retratos traziam como inovação a sua criatividade, em uma nova abordagem aos planos objetivos e subjetivos do espaço ao redor do retratado. Assim, nascem as fusões retrato / paisagem, retrato / flores, retrato / paisagem morta, renovando a concepção de tal gênero pictórico no Brasil.

Conhecido também por suas paisagens imaginárias, o artista abre mão do naturalismo em detrimento da representação de uma paisagem, que possui suas origens na imaginação, fantasia, nos devaneios, no qual não há uma lógica realista entre os elementos. Tem se, assim, o lirismo que permeia boa parte de sua obra.

Não por acaso, Guignard é um dos maiores retratistas do Brasil. Afinal, o artista deixou um grande legado “inventivo” à modernidade. Além do rompimento com ao academicismo, ele propõe um novo olhar, mais sensível sobre as representações, deixando inspirações não só para quem participou de alguma forma da sua jornada, bem como, para as próximas gerações e para a arte brasileira.