FESTA DE SÃO JOÃO
PROJETO GUIGNARD
O Projeto Guignard constitui ação do Museu Casa Guignard (MCG) para a criação e disponibilização de acervo virtual sobre a obra de Alberto da Veiga Guignard. O projeto foi selecionado pelo programa Petrobrás Cultural 2004.
Alberto da Veiga Guignard morreu em junho de 1962. Sua obra artística permanece desconhecida do grande público e poucos, ainda que valiosos, são os estudos críticos realizados por especialistas em arte. A dispersão da maioria de seus trabalhos, em mãos de colecionadores particulares, provável razão da ausência em coleções públicas, e a inexistência de um catálogo raisonné, são questões que têm concorrido para a perda de referenciais sobre Guignard. A essa fragmentação do conjunto da obra somam-se o seu alto custo de aquisição e o reduzido número de acervo do Museu Casa Guignard, o que justifica a adoção de uma política de ação museológica, com a criação de alternativas capazes de ampliar o acesso à vasta produção do artista. E é esta a proposta do Projeto Guignard: disponibilizar um banco de dados digital, por meio de site em rede mundial, com imagens e textos para a consulta pública e ampliada ao conjunto de sua obra. Com esta iniciativa o Museu equipa-se para desenvolver amplo programa de pesquisa sobre o tema, com múltiplas possibilidades de ação educativa e de difusão cultural.
A metodologia central do Projeto Guignard relaciona-se às etapas de elaboração e consolidação do banco de dados virtual. É uma ação de preservação, entendida não apenas como conservação física, mas também como apropriação social, possibilidade de acesso e uso cultural de um acervo artístico de valor inestimável e de importância ímpar no panorama da arte brasileira. Em março de 2006 foi disponibilizado o banco de dados, com a pesquisa do inventário consolidada, o CD-Rom, contendo o filme "Guignard", de 1968, dirigido por Geraldo Magalhães, biografia, cronologias do artista e imagens de aproximadamente 120 obras, acompanhadas de respectivas legendas explicativas. Também está a disposição, no Museu Casa Guignard, o folder-mapa dos Passos, produtos que irão gerar recursos para atender a demandas de atualização do site e a reedição dos impressos.
PASSOS DE GUIGNARD EM OURO PRETO
O encontro de Guignard com a paisagem mineira é um capítulo emocionante da arte brasileira. O artista chega a Minas Gerais, em 1944, a convite do então prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubistchek, para criar um escola moderna de desenho e pintura na capital. A partir de sua vinda passa a viajar a trabalho pelas cidades históricas, especialmente, Ouro Preto, onde permanece por longas temporadas, vindo finalmente a residir no ano do seu falecimento em 1962.
Partindo deste contexto, o Museu Casa Guignard criou um roteiro lírico do artista na cidade de Ouro Preto, tendo como ponto de partida os depoimentos de pessoas do seu convívio cotidiano, entre os anos de 1944-1962. Das lembranças e memórias, buscaram-se extrair informações sobre o processo criativo do artista - materiais, suportes, pincéis, maneira de pintar e desenhar, o seu círculo de amizades, as práticas como professor e o dia-a-dia em Ouro Preto, lugares que frequentava, logradouros e espaços urbanos eleitos como fontes de inspiração para sua produção artística ao ar livre. Percorrer esse trajeto é um convite do próprio Guignard a descobrir o território por ele definido como “cidade-amor inspiração”.
A pesquisa foi proposta pelo Museu Casa Guignard, em 1996, com a orientação da Profa. Dra. Ivone Luzia Vieira. Até 2001, a instituição coletou o depoimento de 17 moradores, que conviveram com Guignard, e amigos do artista, contando seu cotidiano na cidade. Os depoimentos foram transcritos e se encontram disponíveis para pesquisa em arquivos do Museu. Paralelo ao trabalho de história oral foram levantadas as obras produzidas pelo artista nesse período, tendo a cidade como tema, bem como, as inscrições e desenhos deixados em imóveis particulares na cidade, bilhetes e outros testemunhos de sua passagem.

