FESTA DE SÃO JOÃO
EDUCATIVO
O trabalho pioneiro de Guignard como educador na Fundação Osório (RJ), na década de 30, abriu portas para um programa de arte para todos. Consagrou-se como mestre nos atelieres independentes no Rio de Janeiro e, mais tarde, sua presença em Minas formou toda uma geração de artistas a partir de 1944. Não por acaso, as ações educativas do Museu usam o próprio direcionamento deixado pelo artista, que atuou como educador, expressivamente, em Belo Horizonte e Ouro Preto. Práticas de sensibilização, de educação do olhar, de apreciação e representação da paisagem da cidade são referências importantes para o desenvolvimento das atividades, que utilizam sua metodologia de trabalho como professor. Cacilda Martins, reitora da Fundação Osório (RJ), escreve, em 1943, sobre a atuação de Guignard naquela instituição: “Despertar na criança a ideia e o senso da linha, a expressão e o valor do colorido, dar ao aluno a liberdade de expansão sua
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imaginação sem peias restritivas, tal é o seu objetivo para a iniciação que depois se disciplinará na observação, na cultura, no estudo e na prática da arte.… Não temos uma escola para formar artistas, Guignard faz um curso para estimular valores, fixar atenções, guiar instintos e talvez, despertar vocações”. Como dizia o Mestre: “Desenhar é riscar sem medo”.
A Ação Educativa do Museu Casa Guignard foi implantada em 1992, tendo como princípio promover a difusão da obra de Guignard por meio da “alfabetização do olhar”. A referência conceitual do programa foi embasada no conteúdo de um texto da reitora da Fundação Osório no Rio de Janeiro, de 1943, no qual o trabalho como educador desenvolvido por Guignard naquela instituição é descrito:
“... despertar na criança a idéia e o senso da linha, a expressão e o valor do colorido, dar ao aluno a liberdade de expansão a sua imaginação, sem peias restritivas, tal é o seu objetivo, para a iniciação que depois se disciplinará na observação, na cultura, no estudo e na prática da arte. Não temos uma escola para formar artistas, Guignard faz um curso para estimular valores, fixar atenções, guiar instintos e talvez, despertar vocações...”.
As oficinas constituem o ponto máximo do programa educativo do Museu, sendo oferecidas para os alunos da rede municipal e comunidade em geral, e tem como objetivo projetar a instituição na cidade. Conceitualmente, fundamentam-se no trabalho que foi desenvolvido por Guignard como professor e educador. Nesta perspectiva, pode-se dizer que as ações, além de cumprirem função educativa, evidenciam as potencialidades do Museu para se fortalecer como um centro de referência em arte-educação.
OFICINAS
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1. OFICINA DE OBSERVAÇÃO DA PAISAGEM
A Oficina de Observação da Paisagem tem como objetivo estimular a observação sensível e crítica do meio ambiente através de exercícios de desenho, pintura e pesquisa sobre a história da paisagem observada e das manifestações culturais nela inscritas. A oficina tem como alvo alunos do Ensino Médio e Fundamental, mas pode ser feita por outros grupos. A metodologia utilizada tem como referencial o trabalho de Alberto da Veiga Guignard como professor de desenho e pintura, e o processo se inicia com uma visita ao museu, o contato com a obra do artista e sua interpretação singular da paisagem de Minas Gerais. Depois a atividade segue para um dos pontos do Circuito Passos de Guignard, onde são produzidos desenhos por meio da observação.
2. OFICINA DE RETRATO E AUTORRETRATO
A Oficina de Retratos e Autorretratos tem como objetivo a observação dos retratos e autorretratos na obra de Guignard, tendo como produção de retratos e autorretratos bi e tri dimensionais pelos participantes. A oficina tem como alvo alunos do ensino Fundamental I e Fundamental II, mas pode ser feita por outros grupos.
3. OFICINA DE CARTÕES DE AMOR E AMIZADE
Alberto da Veiga Guignard era um artista cuja arte se expressava em suportes variados e materiais diversos. Tudo se transformava nas mãos do mestre. Os cartões feitos por ele para alunos, amigos, amores, tornaram-se um registro singular de sua personalidade e de sua expressão artística. O Museu Casa Guignard guarda este precioso acervo, fonte referencial para esta proposta de oficina: o álbum Guignard para Amalita. Nele há uma rara coleção de 111 cartões confeccionados por Guignard e dedicados a Amalita Fontenele, datados de 1932 a 1937, durante o período que o artista viveu no Rio de Janeiro. Os cartões são confeccionados de maneira delicada, utilizando colagens, fitas, guizos, entre outros elementos do seu cotidiano. A oficina foi pensada nesta singular coleção e objetiva propiciar uma vivência artística pelo contato com a obra de Guignard. Neste sentido, a oficina objetiva confeccionar cartões, envelopes e postagem a partir do contato do público com esta coleção, estabelecendo uma discussão sobre a noção de arte, as formas de comunicação e sentimentos.
4. OFICINA GUIGNARD E POESIA
Oficina relacionada a releitura de alguns poemas e textos dedicados ao artista Alberto da Veiga Guignard. Estes escritos encontram-se reunidos no livro de Dedicatórias do artista. A oficina tem como finalidade a expansão dos olhares e dos sentidos perante as homenagens carinhosamente escritas por grandes amigos e admiradores do mestre Guignard, provocando a criatividade dos integrantes perante as inúmeras possibilidades de produções artísticas.
A Ação Educativa do Museu Casa Guignard é oferecida ao público (visitantes, rede escolar, comunidade de Ouro Preto e região) através de um cardápio de atividades, que inclui visita mediada ao circuito expositivo, palestras e as oficinas. Os interessados poderão se inscrever com agendamento prévio ou durante as visitas ao museu.