Os retratos formam um dos conjunto mais significativo na produção artística de Alberto da Veiga Guignard, qualificando-o como uma das maiores retratistas no contexto da arte brasileira. Ao longo da carreira, Guignard pintou mais de trezentos retratos, muitas vezes como manifestação de afeto ou gratidão por seus amigos, para conquistar a atenção de determinadas famílias, ganhar dinheiro ou cortejar alguma moça por quem se enamorava. Além de extensa, sua produção possui um estilo próprio, totalmente característico, cambiando entre o clássico e o moderno.

 

Adultos, jovens ou bebês, pessoas com quem convivia, figuras populares, amigos pessoais, entre outros personagens de seu cotidiano, Guignard sempre alcançou grande êxito, quando se dispôs a retratar. De maneira geral, seus retratos são considerados obras de grande valor artístico, refletindo a sensibilidade e o talento do artista na captura da alma humana. Por vezes, optava por utilizar cores vibrantes e contrastantes, que criavam uma sensação de profundidade e de vivacidade. Em outros casos, buscava a transparência, permitindo o movimento e a suavidade. Mas sempre valorizando a textura e a luminosidade, tendo como enfoque a pessoa retratada.

 

Guignard retratou muitas mulheres em sua obra – alunas, amigas, artistas e musas. Em seus retratos, o pintor costumava destacar a beleza e a delicadeza feminina, criando composições elegantes e envolventes. Em “Elas: o feminino em Guignard” apresentaremos retratos, tendo como base este recorte temático, contemplando diferentes anos, suportes e técnicas. Uma pequena mostra capaz de desvendar o encanto do artista pelas mulheres, celebrando a grande potência criativa do nosso mestre ao buscar a essência feminina, em um universo próprio repleto de lirismo e poesia.